Moçambique, em coordenação com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, está num processo avançado de avaliação de projetos prioritários já selecionados para o posterior financiamento em áreas de infraestruturas, energia, transportes, agricultura e parques industriais, entre outros, anunciou o embaixador de Moçambique na China.
Aires Ali disse, em entrevista publicada na edição de Verão da revista do Fórum de Macau, que Moçambique está aberto a receber financiamentos chineses tanto em forma comercial, parceria público-privada ou em forma de donativos.
O embaixador moçambicano considerou ainda que a República Popular da China é um parceiro estratégico para o processo de desenvolvimento de Moçambique nomeadamente em projetos de infraestruturas e energia, tendo em conta a experiência e a capacidade que possui em termos de tecnologia de ponta, recursos financeiros para os investimentos e know-how.
Aires Ali disse ainda na entrevista que a China, sendo um parceiro estratégico de Moçambique pode apoiar financeiramente a melhoria das infraestruturas ferro-portuárias e rodoviárias dos três principais corredores de desenvolvimento (Maputo, Beira e Nacala) que permitem acesso ao mar pelos países do hinterland, como por exemplo a Zâmbia, o Maláui, Zimbabué e a Suazilândia.
O diplomata moçambicano referiu ainda que Moçambique pretende construir novas infraestruturas ferro-portuárias, como é o caso do projeto de porto de Macese e Techobanine, ligando o Botsuana, África do Sul, Suazilândia e Moçambique e da linha férrea Beira-Machipanda, que liga Moçambique e Zimbabué.
Aires Ali disse ainda que “é preocupação do Governo de Moçambique mobilizar recursos para melhorar as infraestruturas existentes nestes corredores, por forma a responder à nova procura, resultante da sua utilização intensiva no transporte e manuseamento de carga diversa, que inclui a exportação de produtos oriundos das novas descobertas em Moçambique, nomeadamente o carvão mineral, gás, entre outros e a importação de mercadoria diversa para consumo e para a o desenvolvimento da indústria em Moçambique e nos países do hinterland.”
“Como se pode verificar, são projetos que requerem um financiamento de grande vulto e, mais uma vez, a China sendo parceiro estratégico de Moçambique participa neles,” referiu.
O embaixador afirmou que existem resultados encorajadores da cooperação sino-moçambicana no que se refere à produção de arroz na Província de Gaza (Projeto Wanbao no Xai-xai e no Regadio do Chókwè) e revelou ainda que existem outros projetos em carteira sobre a plantação do arroz na província de Sofala e sobre agro-processamento em Moçambique.
“Moçambique pode aproveitar a iniciativa da China – Uma Faixa, Uma Rota – criando parques industriais, construindo vias de acesso, ligando os centros de produção e centros de comercialização e de consumo (…) promovendo a cadeia de valor para os produtos moçambicanos, através da transferência das tecnologias e promovendo o emprego e o bem-estar da população moçambicana,” concluiu.